Como lidar com o estado emocional da tristeza

Talvez você nem percebeu, mas, neste exato momento, está com seu estado emocional abalado por conta da tristeza, sentimento que pode afetar determinantemente a sua produtividade e as suas escolhas. Por isso, é muito importante entender esse turbilhão de coisas que passam diariamente por nossas cabeças, e saber que, sim, em alguns períodos, podemos errar ou simplesmente travar porque estamos tristes.

No latim, tristeza significa aflição, sentimento de falta de satisfação e de desvalorização de tudo que é real. A vida é o real e o agora, mas, quando tristes, toda a realidade é desvalorizada por um movimento mental que teima em nos dizer que tudo aquilo não faz sentido, e que talvez nem devesse fazer parte de nossa realidade. O grande trunfo é descobrir a causa da tristeza: e muitas vezes está ligada a um episódio de decepção, desencanto, quebra de expectativa, consciente ou inconscientemente.

Antes de qualquer prejulgamento, devo esclarecer que estou aqui justamente para falar sobre momentos tristes, os quais são possíveis de combate via estratégias que comentarei logo a seguir, sem, em momento algum, entrar no mérito de doenças mais graves e que causam tristezas severas, depressão, ansiedade, síndromes das mais diversas.

E aqui trago muito do que sinto no meu dia a dia e também no que aprendi em um bom livro de Louis Burlamaqui, chamado “Domínio Emocional na Era Exponencial”. Fica a ótima dica de leitura para todos vocês. E um dos pontos que me chamou a atenção é o que o autor intitula de estado emocional triste, cercado por desânimo e insatisfações que, se não corrigidas, simplesmente dominam a pessoa a ponto de paralisá-la, impedindo-a de seguir adiante, de evoluir. É uma completa estagnação perigosa para quem busca o desenvolvimento na vida profissional e até pessoal.

Antes, porém, de entrarmos nos 5 conselhos para driblar tudo isso, um importante parêntese envolvendo um possível sentimento de tristeza: muita gente fica triste por uma expectativa que criou em outra pessoa, e na atitude que estava esperando daquela pessoa. Posso dizer com toda certeza: muitas vezes aquela pessoa não fez nada contra você, e nem sequer imaginou que não atendeu as suas expectativas. Também criamos expectativas com coisas ou fatos que só poderiam acontecer longe do presente, do tipo: “só serei feliz quando conseguir comprar um carro importado”, ou “só sairei da tristeza quando conseguir namorar determinada pessoa”. Cuidado com isso!

A tristeza pode surgir sem aviso prévio e de maneira inesperada. Porém, na maioria das vezes, tem a ver com perdas, decepções, frustrações. Muitas vezes criamos em nossa mente a sensação de perda, ou então que estamos frustrando a expectativa do outro. É preciso reagir, sair desse estado emocional de tristeza, e algumas dicas são fundamentais para isso.

A primeira delas: já se perguntou o que está fazendo você ficar triste? Mais uma vez, vamos falar da expectativa: se você criou expectativa demais em algo, o resultado contrário pode deixar você para baixo. A dica é simplesmente não criar tanta expectativa e pensar no presente, no agora, na ação, as consequências, deixe para depois. Avalie também suas companhias, pois algumas pessoas nos deixam tristes simplesmente pela energia negativa delas, avalie isso com bastante carinho e pense em você em primeiro lugar. Pode soar egoísta, mas se trata, muitas vezes, de sobrevivência.

Não brigar consigo mesmo quando estiver triste é outro bom conselho. Não dá para proibir a tristeza quando ela vem, mas você precisa entender que esses momentos realmente existem, não adianta querer mentir para si, ou brigar com a tristeza. Ficou triste, ok. Agora é hora de avaliar as expectativas não conquistadas, procurar amadurecer com os erros, viver sim um período de luto, aceitar derrotas, mas também sacudir a poeira, levantar-se e seguir em frente. Antes da corrida vem sempre uma boa caminhada.

Experimente escrever tudo que você está sentindo no período em que atravessar uma onda de tristeza. Será recompensador, depois de superado, reler aquilo, pois você vai encontrar o motivo pelo qual ficou triste, para quem sabe conseguir se precaver das próximas. Alguns temas podem nos deixar para baixo, por exemplo: não ter ido tão bem em um concurso em um teste seletivo. Quando isso ocorrer, anote suas falhas, seus sentimentos e entenderá, posteriormente, que tudo é uma questão de luta e evolução humana.

É legal também escrever uma lista de realizações para nos convencermos e nos lembrarmos o quão nossa vida é valiosa e cheia de conquistas fantásticas. Com uma lista de tantas coisas boas, tenho certeza que eu e você vamos repensar a tristeza ao reconhecer que temos muito mais do que precisamos para viver.

Por fim, viva o contentamento, afinal, você precisa entender que nem tudo o que lhe trouxe tristeza estava sob seu domínio. Se uma pessoa destratou você, havia como evitar? Se o seu concorrente naquela vaga de emprego se preparou melhor e conquistou uma vaga tão sonhada por ti, o que você poderia fazer naquele momento a não ser reestruturar a sua rotina para avançar um pouco mais em sua formação? Viver o contentamento é entrar em ação para mudar a mentalidade daqui para frente. É entender que nem tudo que nos trouxe tristeza estava em nosso domínio, porém haverá sempre uma segunda fase, um aprendizado até mesmo com os momentos tristes.

No estado de contentamento, e, diria mesmo, lucidez, vamos pegar a tristeza, colocar debaixo do braço, rever a lista de coisas boas que fizemos, rever a lista de coisas que tendem a nos deixar para baixo, e dar um prazo de validade para aquele momento mais retraído causado pela malfadada tristeza. Afinal, pessoas mais contentes e menos tristes são aquelas que vivem cada segundo de suas vidas e não aquelas que ficam o tempo todo se lamentando no presente e achando que apenas no futuro é onde mora a felicidade.

Lembre-se: felicidade não existe plena, felicidade é episódica.

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